Espiral de Fim de Ano
Eu sinto que estamos no mesmo lugar de antes. Um lugar que nos empurra para a honestidade radical — não fingir que “está tudo bem” mas perceber que ainda respiramos.
Eu sinto que estamos no mesmo lugar de antes. Um lugar que nos empurra para a honestidade radical — não fingir que “está tudo bem” mas perceber que ainda respiramos.
A minha conexão com Joanna me abriu um mundo. Comecei a estudar sobre antropoceno, sobre a relação entre o nosso mundo emocional e a nossa forma de participar (ou não) do nosso mundo. Nos cursos e oficinas pude ver como a experiência de catástrofe, de fim de mundo, atravessa o sentir das pessoas. E com o desejo de oferecer o espaço mais seguro possível para esse sentir ser de fato uma liberação, decidi fazer uma formação em uma terapia informada pelo trauma.
No verão de 1996, Joanna Macy pediu a minha ajuda para dois projetos de escrita. Ela estava trabalhando no Widening Circles (seu livro de memórias) e ela queria revisar o livro “Desespero e Poder Pessoal na Era Nuclear” (Despair and Personal Power in the Nuclear Age), a pedido da editora New Society Publishers. Ela precisava de alguém para ler e atualizar o material do livro “Desespero e Poder Pessoal na Era Nuclear” enquanto ela focava em seu livro de memórias.
E agora, essa crise está nos dizendo, nos dando um tapa na cara, dizendo: “Acordem, vocês são a vida na Terra”. Somos membros vivos de um planeta vivo. Somos como células em um corpo vivo. Esse corpo está sendo traumatizado. Portanto, é claro que sentimos isso. É claro que sim.
O artigo a seguir foi adaptado da fala de Joanna Macy no evento “No Time To Lose: A Dharma Response to Climate Change” (“Sem Tempo a Perder: Um Resposta do Darma para a Mudança Climática”) sediado pelo Spirit Rock Meditation Center em Woodacre, Califórnia, em 15 de Setembro de 2019.
Budista, ativista, estudiosa e professora, Joanna Macy tem trabalhado ao redor do mundo nos últimos vinte anos no enfrentamento da crise espiritual e ambiental global. Em 1972, em uma conferência sobre religião e psicologia, Joanna Macy teve um sonho.
“Poder” – Por Joanna Macy O texto abaixo foi publicado em inglês na revista Sage Woman, em 1988, ele é a transcrição de uma fala de Joanna Macy no Acampamento do Solstício de Verão da Women’s Alliance, em 1987. A tradução para português foi feita por Ormando M.N. e a revisão por Polliana Zocche. Poder – … Ler mais
Neste editoral de opinião, a eco-filósofa e erudita budista Joanna Macy nos introduz ao ‘bardo’ — o conceito budista-tibetano de um vão entre mundos onde a transição é possível. Conforme a pandemia revela um colapso contínuo e segura um espelho em frente aos nossos males coletivos, ela escreve, temos a oportunidade de entrar em um espaço de reimaginar.
De acordo com o professor budista Thich Nhat Hanh, o planeta é a mãe de todos os Budas. Para mim isso significa que o ar que respiramos, a água que bebemos, a terra em que andamos, e o fogo que nos aquece, são a origem da vida em si e também a expressão mais desperta e cristalina de ser. Todos os humanos e todas as criaturas encontram sua origem na Terra; o planeta é a dimensão que existe no coração de todos os seres.